top of page

Questionando a Autoridade da Ciência

Em nossa sociedade atual continuamente somos bombardeados por informações provenientes de diversos meios de comunicação que falam a respeito do evolucionismo e ideias relacionadas a ele. A imprensa gosta de noticiar informações polêmicas, sobretudo quando estas questionam a existência de Deus e a veracidade da bíblia. Essa situação mostra o quanto uma parte de nossa sociedade não apenas acredita no evolucionismo como também deseja confirmações que contrariem a ideia de um Deus Criador. O problema é que a maioria das informações são transmitidas pelos meios de comunicação como verdades absolutas que estão acima de qualquer questionamento pelo fato de terem sido proferidas pela autoridade máxima da nossa sociedade: a Ciência.

De fato a ciência tem sido muito bem sucedida, sobretudo no campo experimental. A cura de enfermidades, o transporte cada vez mais veloz, a comunicação a distancia, a engenharia genética são algumas das façanhas que mostram que a ciência está avançando. Por conta desse avanço ao longo do processo de formação da ciência foi sendo desenvolvida uma filosofia que afirma que a humanidade está em constante progresso porque a ciência, sendo uma base objetiva para encontrar a “verdade”, é capaz de se sobrepor as antigas crenças sociais e religiosas e das respostas e levar-nos a desvendar todos os mistérios do Universo e levar a humanidade a níveis mais elevados de cultura e sociedade. Mesmo que isso não seja verdade essa filosofia ainda está muito presente em nossa sociedade.

A ciência não é objetiva. Em primeiro lugar a ciência depende de evidencias (fatos), sem um numero suficiente de evidencias é muito difícil explicar qualquer fenômeno. Depois é necessário ter uma metodologia de trabalho, e existe uma quantidade tão diversa de metodologia dentro da ciência que fica difícil falar a respeito do que é o método científico. Cada área tem seu próprio método e trabalha de forma especializada o que torna difícil o relacionamento entre as partes para a compreensão do todo. Além disso, a ciência usa a lógica para formular as teorias, o que depende da suposição que tudo o que é lógico é verdadeiro, o que não necessariamente é verdade. E, o mais importante, a ciência depende de teorias, até que essas teorias sejam comprovadas pela observação repetida do mesmo principio, elas são apenas suposição. Evidentemente as teorias que tratam a respeito de eventos passados não podem ser comprovados pois não há a possibilidade de repetir o processo. Uma é a ciência empírica, que trabalha por tentativa e erro, e depois da repetição e análise contínua de processos verificáveis formula hipóteses funcionais. Outra é a ciência histórica que trata de eventos que aconteceram a muito tempo e que não vão se repetir continuamente. Não temos como voltar ao passado e ver o que aconteceu, temos apenas esparsas evidencias que algo aconteceu. Evidentemente que as possibilidades de avanço na ciência histórica é muito menor que nas ciências empíricas, e não devem ser tratadas de forma igualitária.



As teorias científicas são formuladas através do raciocínio dos cientistas. Mas o cientista, como qualquer ser humano, está inserido num contexto social mais amplo, que, independentemente de sua escolha, interfere na sua interpretação dos dados. Por exemplo, a maioria dos cientistas crê que a ciência é um método imparcial e racional que é ou será capaz de explicar todas as coisas à medida que avança em direção ao conhecimento. Mas mesmo esse tipo de pensamento é uma hipótese que não pode ser comprovada. Embora a ciência realmente explique muita coisa não podemos negar que ela deixa uma série de perguntas sem resposta como o senso de certo e errado e a capacidade de fazer escolhas, a noção de beleza, a ideia de propósito para a vida e a própria consciência que nos leva a meditar nessas coisas. Além disso, as respostas concedidas pela ciência para a nossa origem e identidade são para a maioria das pessoas completamente insatisfatórias.

O evolucionismo particularmente parte de uma filosofia Naturalista que sustenta que apenas a realidade perceptível por nossos sentidos existe. Ou seja, tudo o que não pode ser comprovado por nossa experiência sensorial não existe. Assim, vemos que o evolucionismo baseia-se num pressuposto que não pode ser racionalmente provado, mas depende unicamente da fé (a fé da não existência do sobrenatural) para ser aceito. Se o evolucionismo não tem uma base objetiva para ser aceito devemos procurar o fundamento da teoria evolucionista em outros fatores como aspectos sociais, morais e emocionais relacionados a própria subjetividade do cientista. O cientista, como qualquer outro ser humano está sujeito às circunstâncias adversas da vida como a decepção com os pais, envolvimentos afetivos e desejos que contrariam a moral aceita. É bem possível que a maioria dos cientistas chegou ao evolucionismo não por uma dedução racional, mas por condições sociais, emocionais e morais.



É certo que a ideia de um Deus onipotente, criador do universo e ao mesmo tempo pessoal tal como proposto pela tradição hebraica é algo bastante chocante. Isso implica que esse Deus nos conhece e que provavelmente teremos de prestar contas a Ele. Logo, essa ideia aflige diretamente a vontade do homem. Se esse Deus existe e criou todas as coisas, inclusive a mim, terei de guiar a minha vida de acordo com aquilo que Ele quer e não de acordo com meus desejos. Ele se torna a base que define tudo aquilo que está certo e aquilo que está errado. A ideia de um Deus criador também foi se fez presente na Grécia com os filósofos como Platão e Aristóteles, mas também entre os gregos surgiram as primeiras teorias de um surgimento espontâneo do universo baseado em certos elementos primordiais, é possível que essas ideias decorram do anseio grego por libertinagem.

Já durante a Idade Média a Igreja fez questão de reforçar a existência de um Deus poderoso que iria punir severamente todo aquele que não andasse de acordo com a sua vontade, e a “vontade de Deus” era estabelecida pela própria Igreja. Porém durante a própria Idade Média surgiram as primeiras universidades e com elas a sugestão de que os princípios da fé, e não apenas eles como toda a natureza poderia e deveria ser entendida racionalmente pois todas as coisas possuem uma razão de existência: o próprio Deus. Surge aqui o conceito científico de causa e efeito. Foi no renascimento que essa filosofia aflorou de forma mais clara e levou ao surgimento dos primeiros cientistas que faziam experimentos e observações para chegar a conclusões lógicas acerca da realidade. Ao longo dos séculos seguintes grandes cientistas se levantaram e estabeleceram as bases da ciência moderna pesquisando a natureza com o intuito de compreender a obra do Criador.

Todavia no Renascimento estava também a semente da rebeldia do homem contra a autoridade da Igreja, e consequentemente contra o Deus em nome do qual ela impunha sua autoridade. O método científico estabelecia a possibilidade de formular e comprovar fenômenos que algumas vezes contrariaram a autoridade da igreja. Esse conceito foi se fortalecendo nos séculos seguintes até dar origem ao movimento Iluminista que entendia que a razão humana era absoluta e seria capaz de encontrar verdades, resolver conflitos e dar origem a uma sociedade ideal. Embora os Iluministas ainda cressem em Deus, pois para eles a razão procede dEle, eles começaram a diminuir sua importância e envolvimento com o mundo. O homem estava sozinho, mas era capaz de chegar as conclusões daquilo do que é o melhor por meio de sua racionalidade.



Essas ideias da capacidade racional do homem e do progresso da humanidade em direção a uma sociedade perfeita geraram o positivismo do século XIX que nega a existência de Deus e crê na soberania da ciência para responder todos os dilemas e resolver todos os problemas da humanidade. O homem não precisava mais de Deus, mas podia muito bem viver e se desenvolver baseado em sua própria capacidade. Foi nesse contexto que o inglês Charles Darwin formulou sua teoria da evolução das espécies por meio da seleção natural. A principio a ideia foi rejeitada, mas aos poucos começou a ganhar adeptos tornando-se um dos pilares do ateísmo atual. Como a teoria darwinista ainda deixava muitas lacunas ela foi repensada e trabalhada por muitos cientistas ao longo do século XX, a união de diversas teorias que tentam explicar o mecanismo da evolução formaram a chamada Síntese Moderna. Nesse mesmo século XX foram feitas pesquisas no sentido fornecer uma explicação natural para a origem e desenvolvimento do Universo. A ideia mais aceita nos dias de hoje pela comunidade acadêmica é a teoria do Big Bang, na qual todo o Universo teria surgido devido a uma grande explosão.


Desde a sua origem o evolucionismo tem causado um grande tumulto em nossa sociedade, sobretudo porque trata a respeito das causas primeiras e consequentemente na forma como percebemos e nos movemos na realidade. Logo percebemos que o evolucionismo tem uma importância fundamental em nossa sociedade porque afeta diretamente a Moral, ou seja, aquilo que entendemos como certo ou errado. Se Deus existe e criou o homem existe um padrão claro de Moral. Mas se Deus não existe e tudo é fruto do acaso então esse padrão não existe e, consequentemente cada um pode decidir aquilo que é melhor para si segundo seus próprios interesses e vontades. No final das contas o evolucionismo acaba dando autorização para o homem viver segundo lhe parece melhor.

No século XX houve uma série de conflitos políticos sobretudo em relação ao ensino do evolucionismo nas escolas públicas. Isso mostra que o debate em relação as origens está estritamente relacionado com o tipo de sociedade que queremos formar. Os ateístas acreditam que estão libertando os homens de tradições autoritárias e repressoras da religião quando ensinam o evolucionismo, indivíduos assim “livres” poderiam produzir uma sociedade melhor. Mas a realidade é que convencer alguém que a evolução é retirar o próprio sentido para a vida dessa pessoa. A evolução mina a identidade, apaga o mistério da existência, retira o propósito da vida e joga os indivíduos num deserto seco e frio no qual ele é apenas mais um conjunto de átomos que logo desaparecerá. E se de fato a evolução é real a própria ideia de formar uma sociedade melhor não faz o menor sentido, porque mais cedo ou mais tarde tudo acabará no caos.

Percebendo tal situação, nas últimas décadas alguns setores da sociedade, inclusive dentro do próprio ambiente acadêmico tem se mobilizado no intuito de combater o evolucionismo e formular uma teoria científica que explicasse a origem do universo, da vida e da humanidade através de um Criador. Essa Teoria tem sido conhecida como Design Inteligente (TDI). A TDI nada mais faz do que usar as evidências encontradas na natureza para mostrar que existe a necessidade de um Planejador por trás de cada elemento desta. Segundo a TDI toda a natureza evidencia complexidade e beleza que só seriam possíveis de explicar através de um Criador.



Qualquer cientista hoje se acha inserido nesse contexto histórico e social de conflito e possui um posicionamento que interfere decisivamente em sua pesquisa. E justamente o fato do evolucionismo ser uma teoria amplamente aceita nos dias de hoje faz com que as pesquisas se tornem propensas a erros. Na história da ciência podemos observar diversos momentos que alguns paradigmas prevaleceram por décadas e depois foram completamente desacreditados. Quando um paradigma surge a tendência geral é que a maioria das pesquisas concordem com ele. Isso ocorre porque na maioria das vezes os cientistas procuram adequar a pesquisa dentro do paradigma aceito. O cientista, como qualquer ser humano, está sujeitos a erros na coleta e interpretação dos dados. Ao fazer determinada pesquisa o cientista pode, mesmo que inconscientemente desprezar certos elementos que discordam da teoria e dar uma atenção excessiva a elementos que podem contribuir com a ela.

Mas sabemos que, na controvérsia sobre as origens mais de uma vez as evidencias foram forjadas para dar suporte a teoria. Embora isso seja difícil de entender, pode ser explicado pelo fato de que o respeito e aceitação da pesquisa acadêmica esta totalmente relacionada com a concordância com a teoria. Se uma pesquisa que discorda do senso comum é proposta normalmente é vista como tendo muitos problemas e dificilmente é aprovada. Isso faz com que só sejam incentivadas no meio acadêmico assuntos com hipóteses que concordam com a teoria prevalecente. Isso cria no ambiente acadêmico uma oligarquia que concorda e defende a Teoria já aceita e todas as propostas que a questionem são rapidamente sufocadas.

E um motivo final está relacionado com o próprio orgulho do cientista. Reconhecer um erro nunca é fácil. Ainda mais quando os cientistas já se comprometeram com a sociedade em geral e com a mídia defendendo determinado posicionamento. Ainda que surjam dúvidas em relação a vários pontos concernentes a teoria, esses cientistas vão se esforçar para crer que não estão errados. A admissão do erro teria um preço muito alto pois levaria ao confronto com outros cientistas e a perca do status acadêmico do cientista. Os paradigmas não mudam pela aceitação racional de outro principio. O que acontece é que as pessoas morrem, e surgem outras em seu lugar pensando de forma diferente.

Dizemos isso apenas para esclarecer, a ciência não é tão objetiva quanto parece ser ou mesmo pretende ser. A ciência é falha, feita por humanos imperfeitos, que possuem histórias e objetivos próprios e com uma cosmovisão pessoal que desejam comprovar como a verdadeira. É enganosa ideia de que o cientista busca evidencias para encontrar a verdade, na realidade a verdade pre-concebida na cabeça do ser humano que o leva a buscar evidencias que justifiquem sua crença.


Por isso mesmo que o cristianismo nunca propôs que a busca racional, e mesmo que científica, é o caminho para se alcançar a verdade. Na realidade, na crença cristã, não existe nenhum modo do ser humano se achegar a Deus, nem pela razão, nem pela emoção, nem pelas virtudes pessoais, ou mesmo religião. O caminho é inverso. É o próprio Deus que vem até nós e se revela. Por isso o cristão não sabe dizer como encontrou a verdade, porque na realidade ele não a encontrou, mas, de certa forma, foi encontrado por ela.


Posts Em Destaque
Verifique em breve
Assim que novos posts forem publicados, você poderá vê-los aqui.
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page